quarta-feira, 20 de julho de 2011

Voltas que a vida dá

"Saber que o amor só é amor quando é troca
E a troca só tem graça quando é de graça" Elisa Lucinda

Sempre ouvimos aquele mesmo ditado de avó: "A vida dá voltas, o que vai, volta". E não é que essa teoria tem um fundinho de verdade? Tão adverso é o fato de nos firmarmos um chão mau estruturado, que a qualquer momento pode cair, tombar e te fazer se machucar.

Mas não fiquemos falando nas más consequências. Vamos ao longe... Sonhos, planejamento, organização e palavras ditas ao léo. Cito a mim mesma: "Sou mais eu!", "Não volto nunca mais", "Meu futuro já está arquitetado!". Tudo balela, frases prontas, essas que o destino me fez engolir letra por letra, assim mesmo, difícil para digerir.

Me toquei que eu não era mais eu sozinha, precisava de alguém; caí na 'tolice' de voltar; e não, meu futuro não está arquitetado.

Mas pude ver pessoas que me feriram, machucaram, riram enquanto eu chorava, agora se ferir, se machucar e chorar! Penalizada eu não fico. Não me vinguei, a vida foi a responsável por isso. E aquela voz da vó ecoa: "o que vai, volta". Hoje leio mensagens tristonhas nas redes sociais que se perguntam "por que comigo?" A resposta está dentro de si mesma. Pense um pouco!


Posso dividir algo extraordinário na minha vida: a leitura do livro "Parem de Falar mal da Rotina", de Elisa Lucinda. A cada frase encontro um motivo pra viver sem medos, sem frustações, e com muito tesão. Desde quando senti o cheiro de papel novo, minha vida mudou. Como Elisa mesmo diz, tudo o que faz parte da rotina, faz parte da vida e vale a pena: o café da manhã, o ônibus que me leva para o trabalho, o pãozinho com manteiga, as brigas proveitosas com o meu irmão; os amassos que sempre dou numa pracinha qualquer, o beijo; a novela, aquela
música que ouço todos os dias porque choro de emoção. Aiii a rotina! Ela me ensinou como fazê-la se agradável, tocante, sensacional.

Por isso, hoje eu não lamento o passado, não guardo desavenças. Porque o que vai, volta e a rotina pode ser bem melhor do que parece. Não é chatisse, é a vida, a sua vida, a minha vida.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Transformações

Uma nova ideologia começa a ser criada em minha mente. Preconceitos forçados a ser quebrados, sentimentos que me sacodem insistentemente e peças avulsas que querem ser encaixadas. Sim, minha vida é um jogo de LEGO, peças soltas que querem se complementar, fazer sentido.

Como se não bastasse, nada mais faz sentido. São dias sucessivos de acontecimentos.... e só...

Mas talvez o sentido esteja dentro de mim, aquela confusão que eu não quero ver, sentir e resolver. Quero mais me enganar. Por que não?

Porque a vida não deve ser enganada, mentida, omitida, obscura. Tem que ter clareza, uma pitada de suavidade e uma boa dose de sinceridade. O que falta? Pessoas honestas, amor, paz, cumplicidade, carater e humanismo.

Um frio... cobertor. Uma angústia... abraço. Uma secura... beijo. Um desânimo... ternura. Uma mágoa... perdão. Um ódio... te amo!

Pronto! é disso que o mundo precisa.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

De bairros, uma vivência

Uma flor tem o seguinte ciclo de vida: ela nasce, se desenvolve, germina e morre. Assim me sinto. Com anos a mais de existência passo pelo mesmo processo, porém, a cada uma dessas etapas estou num bairro diferente.

Nasci em 91 na Zona Norte de São Paulo, na região do Tucuruvi, lá estão meus familiares, lá está minha história e minha infância. O bairro se chama Vila Gustavo e por lá há o comércio próximo, a feira a 20 passos da casa que cresci, ou como costumamos chamar, a casa da vó Gênia. A escola, de boa qualidade que estudei, era vizinha. Tinha o mercadinho que ainda se chamava Túlia e a perfumaria que ainda vou sempre que por lá estou.

Era tudo muito perto, muito fraternal e eu me acostumei até os nove anos de idade. Até que meus pais decidiram mudar para a Zona Oeste, Raposo Tavares. Minha rua só tinha casas de um lado, no outro havia um terreno com muitas árvores. Não se via muitas pessoas passando por lá. O mercado era e ainda é longe, a feira, farmácia, perfumaria estão perto de Osasco, o que me faz andar uns trinta minutos para chegar ou então, tomar uma condução.

Pra mim, aquele lugar era o fim do mundo. Mas cresci ali. E foi ali que aprendi a tomar ônibus para ir à escola, foi ali que conheci todos os transportes para me locomover e comecei a me sentir segura, peguei afeto pelo meu bairro – mesmo não participando das questões sociais dele com assiduidade.

Agora, em fevereiro de 2011, completo meus 20 anos e novamente me desloco. Volto para a Zona Norte, mas para Tremembé, próximo à Cantareira. E agora? Já havia me acostumado com tudo da Raposo Tavares, o trânsito constante, as centenas de carros que vejo todos os dias e até mesmo a poluição.

Mas no bairro que vou morar é tudo novo. Ele está sendo construído aos poucos, algumas ruas ainda estão sendo asfaltadas, o esgoto foi feito recentemente, as casas estão sendo construídas aos pouco, de acordo com a situação de cada morador. Nada sei sobre lá, mas sempre que apareço para ver o andamento da construção da minha casa uma sensação forte me bate: o calor das pessoas. Todos são engajados. Como o bairro é pequeno, a solução é criar seu próprio negócio. Em cada rua tem uma vendinha, um mercadinho, as pessoas estão fazendo o bairro acontecer. O que eu não via neste bairro da Raposo Tavares.

Parece que a cada fase da minha vida estou em um lugar. E cada lugar tem algo que me toca. Seja a casa da vó, a Raposo Tavares ou Tremembé, a questão é que esses bairros conversam comigo, me ensinam e me pedem para eu nunca esquecê-los.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cultura! Para uns sim, para outros não!

As pessoas dizem constantemente sobre a cultura, sobre o popular, sobre a democratização da "coisa boa". Mas o que sempre me pergunto é: o que é cultura? o que é o popular e ainda, o que é a "coisa boa". Esses são, de fato, termos bonitos de se usar. Soa bem numa frase! Mas muitas vezes são usados de forma equivocada.

Lembro-me das aulas de Mídia e Cultura com o professor Milton Pelegrini. E estudei um pouco sobre a definição de cultura que aqui explicarei com minhas palavras e não serei imparcial. Nascemos num determinado local, ambiente, dentro de um processo familiar. Essa família tem sua tradição, que consequentemente passará para esse novo ser que está chegando ao mundo. A probabilidade desse indivíduo seguir outra linha de vivência que não seja a familiar é mínima. Ou seja, ele já está sendo criado numa cultura (que levará para outras gerações) Um ciclo sem fim...

Certo! conceito exposto. Agora chegam as pessoas que dizem ter boa cultura e começam com a primeira forma de expressão: o preconceito! Sim, o preconceito... elas se dizem cult e cometem atrocidades criticando o outro, apontando e dizendo que aquilo que ele curte não é bom, não vale a pena!

O que é bom? Querer dizer para uma pessoa que nasceu no meio do funk que o Mr. Catra é um lixo e que Stravinsky sim é música boa! Ou dizer para quem vive no calor de Salvador que Ivete Sangalo, Psirico, Cláudia Leite são péssimos e que Karina Buhr, Céu e Tulipa Ruiz são os verdadeiros ícones da MPB (oi? como assim?)

Cada um tem sua cultura, seu modo de viver e ver/sentir as coisas. E ninguém deve impor ao outro o que é bom ou não!

Desabafei....

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cadê minha história, meu povo?

Retirei meus livros didáticos de História da estante. Preciso estudar a história da África do Sul e o sistema apartheid (que pouco conheço). E pela primeira vez me dei conta de verdade sobre o ensino das questões negras: não existe! Não acho um capítulo que me fale a fundo sobre a África. NADA! Aqui encontro I Guerra Mundial, Revolução Russa (q. nunca usei na vida), Revolução Inglesa, Francesa... mas e as Revoluções do meu povo? Enquanto eu estava na escola me tiraram o direito de conhecer o meu povo! E diziam que o Brasil era um país democrático! Lamentável.