domingo, 27 de junho de 2010

Uma grande aula!

Último dia da aula Mídia e Cultura, do professor Milton Peligrini. Eu estava aflita devido à apresentação do meu trabalho "Cultura, instrumento da Percepção".
Já havia passado por uma experiência constrangedora de apresentar um trabalho para um classe inteira que eu mal conhecia. E o professor é o tipo que transmite medo (ainda mais porque eu dei uma olhadinha em seu currículo antes da aula. O cara é animal!).
Surpresa: Minha apresentação foi incrível.
Outros grupos vieram para se apresentar. Uns muito bons, outros nem tanto. Mas enfim, a tortura havia terminado.
Nos 15 minuots restantes, o professor fez uma pequena observação sobre o semestre. E com uma sábia postura pôde descrever perfeitamente as sensações que todos - sem exceção - viveram alí na frente, para encarar a sala de aula. O quanto é difícil você estudar, se preparar para tentar ensinar. Obviamente ninguém aprendeu 100%, ninguém explicou 100% e ninguém absorveu, das apresentações, 100%. E a pergunta que ele nos deixou foi: "Então, o que sobrou?" E ainda complementou: "Comunicar é um descomunicar constante".
Lembro-me dessa frase, porque achei tão verdadeira que fui obrigada anotá-la.

Posso afirmar que nesse semestre a aula que mais pude aproveitar foi Mídia e Cultura. De início eu achava uma aula chata, monótona. Duas horas e meia do professor falando - sozinho. Nenhuma dinâmica, nenhum exercício, nada! Só falando de mídia primária - o corpo. Secundária - a imagem. Terciária - todas as formas de comunicação, tal qual o receptor se torna emissor... e assim por diante. Ele falou sobre Pross, Bystrina e filósofos extremamente chatos!
No entanto, tudo o que ouvi em aula só se fez sentido fora da sala, onde podia sentir e viver. Me questionei inúmeras vezes sobre o que é a imagem, o preço dela. E a percepção, fruto de uma cultura. A cultura que por sua vez depende de uma bagagem, familiar, coletiva e individual.

Uma vez eu disse a ele: "Me sinto um Etzinho da PUC porque não tenho uma grande bagagem cultural, o que interfere na minha compreensão de certas coisas. Algumas dificuldades que sinto para aprender. E enfrento isso negativamente em minha vida!"
E mais uma vez ele me surpreende:
"Não! Você não está se matando. Só isso. Porque a vida é um grande déficit. E sempre devemos tentar preenchê-lo. Por isso você entrou na faculdade. Mas você verá que mesmo assim não vai conseguir preencher esse déficit. Mas vai tentando, porque ninguém sabe tudo. E aqueles que pensam que sabem são os que estão se matando pouco a pouco. E você não!"

Depois desse dia comecei a pôr em prática mais uma grande teroria de Milton Peligrini "A universidade tem a função de passar informação. Nós, universitários, temos a obrigação de absorver a informação e transformá-la em conhecimento". E como isso é difícil. Por outro lado, aprendi que o mais importante não é somente saber o conteúdo de aula, mas sim da vida. E sua aula me serviu não só para entender a mídia, mas sim a vida!

Ele encerrou o semestre com seu objetivo atingido. Nos fez refletir sobre qual é o nosso papel naquela Universidade e o quanto somos pouco. Mas o quanto podemos ser mais e mais, porém, nunca sermos auto suficientes, inteligentes, sábios ao extremo. E uma sensação gostosa me bateu: eu aprendi, pelo menos alguma coisa, nesse semestre.

Ahhh... minha nota foi 9.5. Perfeito!
=D

Um comentário:

мαяıαηα αłмєı∂α disse...

Sábias palavras deste seu professor eim! Engraçado que eu também sempre me senti com pouquíssima cultura perto de outras pessoas e sempre me senti inferior por causa disso, nunca havia visto esta situação do modo como ele descreve...não é que é verdade?! Estamos sempre buscando preencher o que nunca será pereenchido pois há muito nesta vida pra se aprender, mas devemos sempre tentar aprender o máximo que pudermos...

Ah parabéns pela nota moça! :D

Beijão
(saudade)